O fogo
arde e dilacera a sanidade da minha alma,que de forma imperceptível surge em
formas de tímidas lágrimas soltas no escuro.Ouço vozes de onde não tem som,vejo
imagens em telas brancas e morte em vida.Já não existe mais coerência nos
versos e na poesia,o ontem já está perdido,os cacos de vidros já não podem ser
restaurados.Todos meus monólogos noturnos perderam o encanto,já não existe mais
platéia nem ninguém além da lua minguante que possa ouvir minha voz,minha
expressão,minha dor e minha morte.Morro em silêncio a cada noite em que você
abre uma nova cicatriz do passado,e me afogo no rio das reminiscências quase
que sempre.Preciso gritar para alguém essa ansiedade que sinto do mundo,uma só
garganta engolindo a agonia de mil ânsias não é suficiente.Continuarei com essa
insanidade visceral,alimentando meus sonhos e desejos fictícios até que a
realidade e a presença de sanidade me desperte outra vez.